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Exposição 'AMAZÔNIA: E EU COM ISSO?'

Confira os conteúdos da exposição, as fontes e muito mais!

Amazônia, um país e tanto!

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. Ela se estende por nove países sul-americanos e ocupa 49% do território brasileiro[1] nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, além de parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Para se ter uma noção do seu tamanho, se a Amazônia fosse um país, seria o sétimo maior do mundo, ficando na frente de países como Índia, Argentina e México.

 

[1] Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D. and S. Stolton (editors). 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito. Disponível em: < https://wwfint.awsassets.panda.org/downloads/wwf_living_amazon__report_2016_mid_res_spreads_1.pdf>

Um bioma complexo e diverso

Para quem vê de fora, a Amazônia pode parecer uma grande floresta uniforme. Mas não é bem assim... Ela é formada por diversos ecossistemas que criam paisagens variadas, e é a floresta com a maior biodiversidade do mundo, sendo lar de 1 em cada 10 espécies vivas. Além disso, possui o maior reservatório de água doce do planeta, representando cerca de 20% do total mundial.[1]

 

[1] https://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1400014-16020,00-AMAZONIA+QUE+CONCENTRA+DA+AGUA+DOCE+DO+PLANETA+PEDE+SOCORRO.html

Regulação do 
clima

A Amazônia possui um papel fundamental para a regulação do clima, através do armazenamento de carbono em suas árvores e seu solo. Esse gás, ao ser liberado na atmosfera, se torna um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. A floresta também auxilia na produção de vapor d’água e de nuvens, levando umidade e chuva inclusive para o restante do Brasil, através dos chamados rios voadores. 

Eventos extremos

Por falar em regulação do clima, a Amazônia é indispensável para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. São as mudanças climáticas as causadoras de cada vez mais eventos extremos, como enxurradas, ventanias, tempestades, furacões, entre outros. [1]

 

[1] IPCC, 2021. https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/ipcc-relatorio-mudancas-climaticas-2021#:~:text=Somente%20cortes%20ambiciosos%20nas%20emiss%C3%B5es,at%C3%A9%202100%20%E2%80%93%20com%20resultados%20catastr%C3%B3ficos

Existem os rios da terra, e existem os que voam

Você sabe o que são os rios voadores? [1]A Amazônia é uma floresta tropical chuvosa, e parte da chuva que cai sobre a floresta retorna para a atmosfera (são cerca de 20 bilhões de toneladas de água por dia!). Acontece que, enquanto parte dessa água se transforma novamente em chuva na Amazônia, outra parte continua na atmosfera e é transportada pelos ventos para o centro-oeste, sul e sudeste do continente. Os rios voadores são justamente esse acúmulo de água na atmosfera que se transforma em chuva, regulando a umidade nessas outras regiões. 

 

[1] https://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/

Os descobridores

Ao contrário do que se imagina, a história da ocupação da Amazônia não começa com a chegada dos europeus, com Pedro Álvares Cabral, mas sim quando imigrantes asiáticos chegaram no vale do Amazonas há mais de 14 mil anos. Com o passar do tempo, formaram-se diversas sociedades indígenas, que já viviam na Amazônia há cerca de 2 mil anos quando os europeus chegaram ao continente.[1]

 

[1] National Geographic. https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2021/07/historia-da-ocupacao-do-baixo-amazonas-prova-que-humanos-e-floresta-podem-conviver

Povos indígenas no Brasil

Atualmente, existem no território brasileiro 305 povos indígenas, que falam mais de 274 línguas e dialetos diferentes. [1]Em 2010, eram cerca de 897 mil pessoas, das quais 36% viviam em cidades, e as outras 64% em áreas rurais. [2]Além dos povos indígenas, diversas outras comunidades tradicionais vivem na Amazônia, como seringueiros, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, e tantos outros.

 

[1] Instituto Socioambiental. IBGE detalha dados sobre povos indígenas. Ago. 2012. Disponível em https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-monitoramento/ibge-detalha-dados-sobre-povos-indigenas; e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB. Nossa Luta é Pela Vida: Covid-19 e Povos Indígenas. Nov. 2020. Disponível em: <https://emergenciaindigena.apiboficial.org/files/2020/12/APIB_nossalutaepelavida_v7PT.pdf>

[2][2] IBGE. O Brasil Indígena. Disponível em: <https://indigenas.ibge.gov.br/images/pdf/indigenas/folder_indigenas_web.pdf>

Áreas de conservação e terras indígenas

As comunidades tradicionais e os povos indígenas exercem um papel fundamental na conservação da floresta Amazônica, uma vez que a maneira como vivem se baseia em conhecimentos e métodos tradicionais que respeitam o meio ambiente. Seus territórios servem como um obstáculo importante ao desmatamento e à destruição da biodiversidade e dos rios.

Proteção ambiental

Entre áreas naturais conservadas e territórios indígenas, a Amazônia brasileira possui mais de 2 milhões de km2 protegidos, o que representa cerca de 40% do bioma no país. [1]A preservação da floresta é fundamental para uma economia sustentável, através da qual é possível enfrentar desafios como crise econômica, mudanças climáticas e segurança alimentar, e que oferece vantagens ao chamado mercado de bioprodutos, que atua em setores como o de alimentos e o farmacêutico. Sua conservação significa prosperidade econômica, segurança alimentar, saúde, acesso à água e eletricidade de qualidade, entre outros, para todo o Brasil. [2]

 

[1] Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG). Amazônia 2019: áreas protegidas e territories indígenas. 2019. Disponível em: <https://www.amazoniasocioambiental.org/pt-br/mapas/#!/areas>

[2] Instituto Escolhas: https://www.escolhas.org/wp-content/uploads/2019/11/Uma_nova_economia_para_o_Amazonas_Bioeconomia_e_Zona_Franca_de_Manaus-SUM%C3%81RIO-EXECUTIVO.pdf

Desmatamento da Amazônia em números

Até o final de 2020, mais de 729 mil km2 da Amazônia foram desmatados, o que representa 17% do bioma. E esse número cresce: em 2021, o desmatamento aumentou 29% em relação ao ano anterior[1]. É como se, só neste período, metade do estado de Sergipe tivesse sido desmatado. Além disso, neste mesmo ano, a região bateu recorde de área sob alerta de desmatamento, tendo alcançado o maior número desde 2016.

 

[1] https://imazon.org.br/imprensa/desmatamento-na-amazonia-cresce-29-em-2021-e-e-o-maior-dos-ultimos-10-anos/#:~:text=Apenas%20em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20a%202020,em%202021%20foi%2029%25%20maior.

Queimada da Amazônia em números

E o verde continua virando cinza. Nos últimos 20 anos, o fogo já afetou o habitat de até 85% das espécies de plantas e animais listados como ameaçados na região.[1] Vale lembrar que a Amazônia é uma floresta tropical úmida, em que o fogo espontâneo deveria ser raro.

 

[1] https://www.nature.com/articles/s41586-021-03876-7.epdf

Relação entre desmatamento e queimada

As queimadas na Amazônia possuem relação direta com o desmatamento, uma vez que o fogo faz parte da estratégia para “limpar” o solo que foi desmatado, para então poder introduzir pastagens e cultivos. Vale dizer que estudos recentes mostram que a redução do desmatamento não impacta a produção agrícola: ou seja, diminuir o desmatamento não significa diminuir a produção.[1]

 

[1] https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/brasil-pode-expa

O "ponto de
não retorno"

Há estudos que sugerem que uma perda de 20 a 25% da floresta levaria ao que é chamado de “ponto de não retorno”. Isso significa que, a partir desse nível, a floresta não conseguiria crescer novamente e a perda causada pelo desmatamento se tornaria irreversível. O que antes era uma rica floresta tropical pode, então, se transformar em um ecossistema mais seco, processo conhecido como “savanização[1]”.

 

[1] AMIGO, I. When will the Amazon hit a tipping point? Nature 578, 505-507 (2020)

Secas e Queimadas

Nos últimos 20 anos, o ar acima da Amazônia vem se tornando cada vez mais seco, a níveis mais rápidos do que se esperaria de variações climáticas naturais. Esse cenário aumenta a demanda por água e torna os ecossistemas mais vulneráveis a secas e queimadas.

Amazônia emissora de carbono

O gás carbônico que as árvores retiram da atmosfera pode ser devolvido por elas. Quando as florestas são queimadas, o carbono que estava armazenado nas árvores é liberado de volta para o ar, na forma de gás carbônico (CO2). Esse processo faz com que, no Brasil, o desmatamento seja a principal fonte de emissões desse gás. Quanto mais CO2 é liberado na atmosfera, mais intenso se torna o aquecimento global, o que, por sua vez, gera secas mais intensas e frequentes, aumentando o risco de incêndios florestais.

Efeitos Irreversíveis

Infelizmente, há indícios de que a capacidade da Amazônia de retirar gás carbônico da atmosfera já diminuiu.[1] Hoje, essa capacidade já é metade do que era há apenas 20 anos. Nesse ritmo, é possível que a partir de 2030/2040 a floresta amazônica passe a emitir mais gás carbônico do que é capaz de retirar da atmosfera, o que já ocorre em algumas áreas da floresta hoje.

 

[1] Nature: https://www.nature.com/articles/s41586-021-03629-6?ftag=YHF4eb9d177

Biodiversidade ameaçada

No mundo inteiro a biodiversidade está em perigo: cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção. [1]Florestas tropicais como a Amazônia são profundamente biodiversas, mas os incêndios e o desmatamento colocam muitas espécies sob ameaça. Ainda que o desmatamento seja controlado antes de atingirmos o “ponto de não retorno”, a floresta, ao ter o seu bioma destruído, muito dificilmente conseguiria voltar ao que era antes.

 

[1] https://www.bbc.com/portuguese/geral-48174634

Sem Amazônia, não tem luz

A Amazônia também cumpre um papel fundamental para a geração de energia elétrica no Brasil, já que mais de 60% dessa energia é gerada pelas hidrelétricas, que dependem das chuvas para o seu bom funcionamento. Com o desmatamento da Amazônia, há menos chuvas. Com menos chuva, os reservatórios que geram a energia nas hidrelétricas ficam mais vazios, e a conta de luz mais cara.

Desigualdade socioeconômica

Na última década, os desafios na Amazônia se intensificaram, com aumento do desmatamento, das queimadas, da extração ilegal de madeira e de invasões a terras indígenas e áreas de proteção ambiental. A crise da Covid-19 aprofundou esses desafios históricos, reforçando a urgência por novas oportunidades de desenvolvimento sustentável para todas as pessoas, em especial aquelas sem acesso aos direitos mais básicos, seja nas áreas florestais, rurais ou urbanas.

Ué, na Amazônia tem cidades também?

Ué, na Amazônia tem cidades também? Manaus e Porto Velho, no Brasil, Letícia, na Colômbia, e Iquitos, no Peru, são cidades amazônicas que abrigam milhões de habitantes. Claro que não as únicas. Só no Brasil, cerca de 29 milhões de pessoas vivem em 772 munícipios da Amazônia, representando 13,3% da população do país. Desse total, 72% vivem em áreas urbanas, e os outros 28% em áreas rurais.[1]

 

[1] https://conexoesamazonicas.org/a-amazonia-das-grandes-cidades-urbanizacao-recente-de-uma-regiao-em-transformacao/

Clima e cidades na Amazônia

Falar sobre clima e proteção da floresta precisa necessariamente passar pela população urbana da Amazônia. Enquanto os piores indicadores socioeconômicos e do sistema de saúde e saneamento do país estão na região Amazônica, como falta de saneamento, desemprego e criminalidade, a questão urbana ainda possui pouco destaque na discussão sobre o futuro da região.[1]

 

[1] https://amazonialegalurbana.com.br/

Sem Amazônia, não há
segurança alimentar

Há risco de vivenciarmos mais períodos críticos de secas, com consequências como quebras de safra, redução da produtividade agrícola, etc., o que é sentido pelo consumidor final no Brasil como menor oferta de alimentos e preços ainda mais altos. Como há uma interrelação entre áreas desmatadas ilegalmente e a produção de commodities, como soja e gado, muitos brasileiros consomem produtos de origem ilegal sem saber.

Falta de saneamento e poluição

As baixas condições de vida na Amazônia urbana estão também diretamente ligadas a problemas ambientais. A falta de saneamento básico, por exemplo, faz com que quase todo o esgoto e boa parte do lixo produzido nas cidades vá para os rios. Isso traz enormes riscos à saúde da população, que fica também mais vulnerável às enchentes e tempestades, que trazem de volta todo esse lixo e esgoto.

Clima e cidades na Amazônia

Os desafios climáticos enfrentados pela população urbana amazônica se dão em diferentes proporções de acordo com variações de raça, gênero e de condições socioeconômicas. Assim, as discussões sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia devem necessariamente levar em consideração as condições de vida urbana da região, uma vez que clima e cidade estão diretamente relacionados.[1]

 

[1] https://amazonialegalurbana.com.br/

Uma floresta de oportunidades

O Brasil é uma potência do agronegócio, setor que representa pelo menos um quarto do PIB. No entanto, esta produção de commodities gerou mais de 50 milhões de hectares (1 hectare equivale a um campo de futebol, como o Maracanã) de pastagens degradadas no país.

 

Para manter sua produção pecuária, é possível recuperar pastagens degradadas e ainda aumentar a capacidade de produzir carne no país, expandindo a restauração e a regeneração de florestas nativas.

 

A restauração de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas, diz estudo do World Resources Institute, pode aumentar US$ 3,7 bilhões na produção agrícola, e arrecadar US$ 144 milhões a mais em receitas tributárias apenas do setor da agricultura.[1]

 

[1] WRI: https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/amazonia-esta-enfrentando-4-crises-veja-4-solucoes-para-protege-la

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